sábado, 28 de fevereiro de 2009

A LEITURA DO JORNAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

“A compreensão deve ser entendida como um modo de ser do homem no mundo, como um projeto de existência. Ou seja: o homem encontra significados para o seu existir à medida que se projeta no mundo, buscando a compreensão de si, dos outros, das coisas. Ao estabelecer um horizonte de compreensão iniciando um trajeto de busca, o homem tem (necessariamente) de iniciar um processo de interpretação, à luz de suas experiências prévias de mundo.”
Ezequiel T. da Silva


Para falar de leitura, imaginação e exercício de cidadania é preciso não esquecer que as pesquisas da lingüística abriram um leque de informações a respeito das implicações trazidas nas últimas décadas, pela presença dos meios de comunicação na sociedade como um todo.

Meios de comunicação é um assunto bastante amplo, e vem ocupando dentro da educação uma das grandes faixas de preocupações, as quais, têm uma especificidade própria, exigindo de todos nós educadores estudo, pesquisa e dedicação.

Aqui nos interessa falar especificamente, de um tipo de texto que foi e ainda está sendo marginalizado pela escola, o texto jornalístico. A proposta de lançarmos um olhar especial a esse veículo de informação, baseia-se na concepção que temos a respeito de leitura. Para nós, leitura é um processo de produção e de interpretação de sentidos, bem como, um direito político de todo cidadão. Nesse sentido, o jornal é entendido, em nossa proposta curricular, como um texto sempre atualizado, real, presente, e ao mesmo tempo carregado de fatos já acontecidos – passado.

No entanto, a utilização de textos de jornais em nossas escolas, ainda é uma realidade de reflexão e de discussão a respeito da melhor forma de seu uso. Infelizmente temos profissionais que se utilizam apenas dos textos jornalísticos, para sustentar os exercícios de verificação de aprendizagem e estudo de regras gramaticais.

Considerando a existência dessas práticas, temos buscado compreender e realizar outras estratégias no ensino da língua, assumindo o texto do jornal enquanto suporte, que só produz sentido dentro de uma proposta interativa de leitura.
Dentro desse parâmetro, o principal enfoque que temos dado, e nosso objetivo primeiro, têm sido propiciar uma discussão sobre essa prática social que, por sua complexidade, vem se tornando objeto de interesse em várias áreas do conhecimento – a leitura.

Tomamos o jornal como um excelente material de apoio pedagógico nessa área, tanto para formação do professor leitor como do aluno leitor. Concebemos também, a importância da escola ser um espaço de incentivo e de cultivo de práticas leitoras cada vez mais diversificadas.

Trata-se na verdade, não da imposição de uma categoria ou de um modismo, mas de uma proposta, a qual tem levado nossos professores e alunos a um exercício de análise e reflexão da realidade. Dessa forma, temos sentido alguns resultados nesse trabalho, muitos professores e alunos estão sensibilizados e sentindo-se convidados a produzirem diferentes tipos de escritas. Percebemos que as escolas como um todo, estão estimuladas ao desenvolvimento de projetos interdisciplinares, em virtude da diversidade de textos e de propostas apresentadas nesse recurso – o jornal.
É importante ressaltar que os professores que já percebem o jornal, como um recurso por excelência, rico em fonte de interação e interlocução, estão cada vez mais assumindo e operando numa perspectiva inovadora.
Além disso, o jornal tem sido para nosso trabalho uma alternativa imediata e possível, como material de apoio didático-pedagógico, permitindo aos professores e alunos o desprendimento de materiais convencionais – livros didáticos, podemos considerar que o uso desse importante veículo de comunicação, vem possibilitando o reconhecimento da dinamicidade da língua.

Enfim, o jornal para nós tem sido um material aberto para discussões e reflexões em todas as áreas de conhecimento, visto que, permite a todos os professores a exploração de todos os seus aspectos.
Todavia, para que essa proposta se realize com mais eficácia e venha atender a contento nossa demanda educativa, faz-se necessário, inúmeras iniciativas como a realização desse Seminário Nacional sobre o tema.


Referências bibliográficas:

AZEREDO, José Carlos de (org.) Letras & Comunicação : uma parceria no ensino de Língua Portuguesa. Petrópolis, RJ:Vozes,2001.

MARINHO, Marildes (org.) Ler e Navegar: Espaços e percursos da leitura.Campinas SP. Mercado das letras: ALB, 2001.

SILVA, Ezequiel T. da. Elementos de Pedagogia da Leitura. S.Paulo. Martins Fontes, 1993.

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