sábado, 28 de fevereiro de 2009

a rua das rimas

A rua que eu imagino,desde menino,para meu sonho pequenino
é uma rua de poeta, reta, quieta, discreta
direita, estreita ,bem feita, perfeita
com pregoes matinais de jornais, aventais nos portais, animais e varais nos quintais;
e acácias paralelas, todas elas belas, singelas, amarelas;
doiradas, descabeladas, debruçadas como bamoradas para as calçadas;
e um passo, de espaço a espaço, no mormaço de aço baço e lasso;
e algum piano provinciano, quotidiano, desumano
mas brando e brando, soltando, de vez em quando,
na luz rara de opala de uma sala uma escala clara que embala;
e, no ar de uma tarde que arde, o alarde das crianças do arrabalde;
e de noite, no ócio capadócio,
junto aos espiões, os bordões dos violões;
e a serenata ao luar de prata (mulata ingrata que me mata...) ;
e depois o silêncio, o denso, o intenso, o imenso silêncio...
A rua que eu imagino, desde de menino, para meu sonho pequenino
è uma rua qualquer onde desfolha uma malmequer uma mulher
que bem me quer;
é uma rua, como todas as ruas,com suas duas calçadas nuas,
correnso paralelamente, como a sorte, como a sorte diferente de toda agente,
para a frente;
para o infinito; mas uma rua que tem escrito um nome bonito,
bedito, que sempre repito,
e que rima com mocidade, liberdade,
tranqüilidade:RUA DA FELICIDADE...

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